15 março 2010

REDE

As pessoas, as instituições e os animais vivenciam os princípios de REDE constantemente. Pode-se notar isso nitidamente nos insetos sociais, como as formigas e abelhas, que atuam coletivamente: as operárias, jardineiras, soldadas, zangão e uma única rainha formam uma sociedade em rede chamada colméia. Todas as abelhas atuam para conservar e reproduzir um grande plano coletivo da espécie e do cumprimento das Leis da Natureza. Exerce o apoio a reprodução da biodiversidade através da polinização das flores.

O serviço coletivo das abelhas é uma rotina que a natureza vivencia no Planeta Terra desde o Período geológico Jurássico, a 120 de milhões anos, quando começamos a ter a degeneração dos dinossauros.

As Redes constituem o novo modo social de organizar as pessoas nesta sociedade, para trocar conhecimentos, experiência, cultura e produzir, comercializar, intercambiar informações e obter resultados.

O QUE SÃO REDES? “Uma palavra que vem do latim “retis” a partir de significados diversos, pode ser definida como entrelaçamento de aberturas regulares que formam uma espécie de tecido” (SHEILA,11)

A partir das abelhas podemos pensar num conjunto de pontos interligados com propriedades dinâmicas especificas que caracteriza uma rede como não-linearidade, laços de retro-alimentação, auto-organização e capacidade de operar de forma não hierárquica. Nas últimas décadas o conceito de Rede é uma ferramenta de organização para um trabalho de grupo de pessoas, instituições, empresas, associações, jovens, mulheres e etc. Facilita a inovação tecnológica, sobretudo, atualmente, na Era da informática.

O significado atual de rede para muitos autores são conexões (ligações) de pessoas unidas por idéias e recursos diversos. REDE: um novo jeito de organizar, de atuar, formar parcerias e alianças.

Para tanto, a partir de diversos causas a sociedade civil, os jovens se organizam para trocar informações, articulação institucional, política e para implementação de projetos comuns. A essência de trabalho em Rede está no relacionamento de pessoa-pessoa. São pessoas que escrevem cartas, conversam em grupos, propõem idéias, compartilham recursos, fecham negócios. São pessoas que têm e transmitem “valores” (FACHINELLI, MARCON & MOINET, 2001)

A matéria prima da rede é a pessoa. Para que a rede ganhe corpo é necessário um projeto concreto, coletivo, voluntário que proporcione uma dinâmica especifica. A rede de conexão que tratamos neste texto constitui um modelo especifico de Rede para juventude, um grupo formado por jovens participantes, autônomos, jovens participantes com propósitos comuns que são capazes de unir idéias para formar elos e organizar juventude da região.

Os princípios necessários para formar uma rede social:

Construir confianças - Para construção da confiança as pessoas devem saber com as pessoas reagem em situação pressão, desafios. Quando levamos em conta isso conhecemos princípios e valores das pessoas.

Compartilhar valores - A cada encontro questionar valores, pactuar compromisso, compartilhar as idéias.

Dar e receber - As pessoas que participam de rede trazem benefícios individuais, mas os interesses da rede e seus objetivos devem estar nos objetivos de cada pessoa e da organização.

Criar produtos eventos - trocar informações, e-mail, site, realização de grupo de estudo, promoção de discussão. A comunicação é meio e não fim.

Investir nas lideranças - As pessoas que se destacam têm um maior potencial como construtores da proposta. Não há pessoas e nem organizações uniformes.

Aprender fazendo - Cada rede é uma rede, os objetivos e princípios é que são únicos. Cada rede tem que arriscar fazendo a construção de idéia coletiva

Sistematização do conhecimento e documentar as experiências vividas – Produzir material escrito, relatar as experiências, ofertar conhecimento, cursos, oficinas.

Para que os conhecimentos sejam colocados em prática necessitam mais encontros do grupo com vivencia, troca de experiências, realização de eventos de mobilização e sensibilização.

Definir a melhor forma de conectar as pessoas, fazer circular as informações somente na internet é uma comunicação fria. É necessário que haja alguém que acompanhe as informações, faça cobrança, seja liderança e represente o grupo.

*Texto elaborado com adaptação da monografia de especialização da Sheila Prado Saraiva, Curso de especialização Latu sensu, gestão estratégia em comunicação organizacional e relações públicas, ORGANIZAÇÃO EM REDE: novas formas de comunicação no terceiro setor- USP- Escola de Comunicação e Arte, São Paulo- SP, 2006
**Adaptado do texto de Benedito Francisco Moreira Lourenço – graduado em filosofia pela Universidade Estadual Vale do Acaraú - UVA, 2009.